Notas sobre a restauração “Madonna of the Goldfinch” de Rafael
- ArtChimica
- 15 de dez. de 2017
- 2 min de leitura
Folheando o ótimo livro “Science and Art – The Painted Surface” editado por Sgamellotti me deparei com o seguinte antes e depois:

A retirada do verniz já foi suficiente para devolver todo o esplendor da obra prima. No entanto, um simples procedimento de retirada do verniz pode ser a causa do estrago de uma obra. Assim vale lembrar de cuidados básicos na retirada do verniz de uma pintura.
Acho que vale a pena pensar e planejar um procedimento de restauração, por mais simples que ele pareça, com base em um bom conhecimento dos materiais tanto da obra, quanto daqueles que empregamos. E principalmente, saber o que fazer com essas informações.

Quais informações obter para selecionar solvente para retirada do verniz?
Para começar, devíamos saber as seguintes informações: 1. Qual a composição de pigmentos da pintura? 2. Como é a solubilidade desses pigmentos ou tintas frente aos diversos
solventes que utilizamos? 3. Qual a composição do verniz? Dammar? Mastic? Verniz contemporâneo de
uma restauração? 4. Qual a solubilidade do verniz encontrado?
Com essas informações então baseamos um procedimento: 1. Escolher um solvente ou sistema de solventes que solubilize o verniz mas
não solubilize a tinta. Um solvente ou sistema que solubilize o verniz e a
tinta não serve. 2. Para isso usar o triângulo de solubilidade. 3. Atenção para as velaturas que normalmente são arbitrariamente retiradas
em procedimentos de restauração. Para isso adequado o uso de RMN
Mouse para caracterização da superfície e/ou acompanhamento por UV
durante a retirada do verniz.
Danos que podem ser causados por escolha do solvente por tentativas
Ou seja, o teste com swab utilizando-se uma série de solventes como por exemplo DMF, MEK, Tolueno, Hexano, etc., é que, por exemplo ao se usar hexano este não solubilize o verniz mas aquela quantidade de solvente aplicada no teste penetre na camada pictórica através do craquelamento e se instale na tinta e vá modificando a sua estrutura através do tempo soluilizando-a lentamente.
Acontecem muitas coisas que nossos olhos não veem...
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