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Gel Emplastro "B 47": casos de aplicação e sutilezas...

  • Foto do escritor: ArtChimica
    ArtChimica
  • 19 de dez. de 2017
  • 3 min de leitura

(por ArtChimica)


Neste post discutimos os cuidados para formular um gel emplastro de limpeza de maneira segura que resulte em um produto consistente e sem riscos de causar danos à obra que estamos restaurando.


Como desenvolvemos o B47

O gel de limpeza de superfícies como mármores especiais, arenitos, gnasses, pedras especiais, esculturas, etc, tem sido realizada com frequência com a clássica formulação AB57 já sugerida pelo ICCROM e desenvolvida por Philipo e Laura Mora. A sua eficácia é inquestionável, porém a sua preparação ou aplicação de maneira incorreta pode acarretar sérios danos a uma superfície ao invés de restaurá-la.

Pensando nisso, há alguns anos, junto com um parceiro de pesquisa na área de conservação e restauração, aprimoramos a consagrada formulação de maneira que desse sempre os resultados desejados por todos aqueles que desejam usar a formulação. O trabalho resultou em uma nova formulação que chamamos de "B 47".


A formulação do B 47

A formulação desse produto aprimorado está abaixo:


Componente Concentração

Bicarbonato de amônio 3 %

Bicarbonato de sódio 2 %

EDTA tetrassódico 3 %

Carboximetilcelulose (CMC) 8 %

Água deionizada qsp 100 %


Enquanto que a formulação do AB 57 é:


Componente Concentração

Bicarbonato de amônio 3 %

Bicarbonato de sódio 5 %

EDTA dissódico 2,5 %

Carboximetilcelulose (CMC) 8 %

Desogen (10%) 1 %

Água deionizada qsp 100 %


Os ajustes foram feitos em função do bicarbonato de sódio que passou de 5% para 2% na nova formulação, o EDTA passou a ser o tetrassódico e não o dissódico e eliminamos o desogen. Em princípio acreditamos que o EDTA tetrassódico seria mais eficiente como quelante o que achamos que se demosntrou na prática.


O que tornou o B 47 mais seguro de se usar

A grande mudança na nova formulação no entanto foi o controle do tipo de CMC que usaríamos.

Na elaboração do AB 57 pelos mais diversos usuários, normalmente não havia critérios na seleção do tipo de CMC a utilizar. Em muitos casos até, o restaurador desconhece que existem diversos tipos de CMC e que o uso de cada um tem efeitos bem diferentes.


O que é CMC?

O CMC (carboximetilcelulose) é um polissacarídeo semi-sintético

que possui várias especificações básicas

(principalmente tamanhos de cadeia)


As cadeias podem variar de tamanho. Então existem

CMC com longas cadeias que produzem soluções de maior

viscosidade e da mesmo forma existem CMC

de cadeias menores que produzem soluções de menor viscosidade.


Nós optamos por produzir o gel emplastro com CMC de menos cadeia estrutural, o que produziria uma solução de menor viscosidade e por isso aumetamos o percentual na formulação de 6% para 8% para obter a consistência ideal.

O fato de usarmos CMC de menores cadeias estruturais, trouxe o beneficio de a retirada do gel da superfície após a aplicação e ação, fosse mais fácil e não deixasse resíduos na superfície que invariavelmente se tornariam "manchas escuras" com o tempo.

Um ajuste simples de formulação, que passou a ser controlada, resultou em um produto de comportamento e ação consistente sem variações nas aplicações.


Alguns exemplos de aplicação:

"Templo maior da Igreja Universal



Parede de tijolos de arenito impregnados e sujos pela ação de poluição, fuligem, etc. Com várias manchas pretas que foram sendo "pintadas" como alternativa de conservação. O dano era duplo: o efeito de manchas pretas ocasionadas pela poluição e a tinta que usada.

Ação:

Aplicou-se o produto B 47 e os efeitos são os mostrados abaixo:


Na área onde foi aplicada tinta:



No mesmo local, na fachada principal do edifício, a parede de mármore especial que estava muito suja pela ação do tempo, já tinha sido "jateada" com água sob pressão e detergente causando danos irreparáveis como perda de "pedaços" do mármore. A aplicação do B 47 nmanteve a integridade do mármore e reestabeleceu toda a originalidade da superfície sem causar danos:




Detalhe de área suja:


Após o tratamento com B 47:



"Palácio Capanema"

Da mesma forma, foi aplicado gel como teste em pilotis do edifício Gustavo Capanema resultando em uma limpeza profunda da gnasse sem o uso de produtos ou procedimentos abrasivos:




Aplicação do produto:

Resultado:



Formulação e modo de preparo do B 47:


Fórmula:

Componente Concentração

Bicarbonato de amônio 3 %

Bicarbonato de sódio 2 %

EDTA tetrassódico 3 %

Carboximetilcelulose (CMC) 8 %

Água deionizada qsp 100 %

*lembre-se de procurar o CMC de baixa viscosidade como o 3000cp por exemplo.


Modo de preparar:

1. Colocar a água deionizada em um recipiente apropriado (como um balde

por exemplo) ;

2. Adicionar sob agitação moderada o bicarbonato de sódio;

3. Adicionar sob agitação moderada o EDTA tetrassódico;

4. Adicionar sob agitação moderada o bicarbonato de amônio;

5. Após solubilização completa dos sais, adicionar o CMC sob agitação baixa,

em forma de pulverização. Haverá formação natural de “grumos”

aparentemente insolúveis;

6. Após a adição total do CMC, parar a agitação. A solubilização total se dará

naturalmente em um período aproximado de 12 a 24 horas. Manter o

recipiente tampada nesse período;

7. Embasar e rotular produto. Pronto para uso.




 
 
 

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